Portugal prepara novas regras para o setor do jogo e das apostas online

Lisboa — O Governo português e a Assembleia da República estão a intensificar o debate sobre o futuro da publicidade e regulação do jogo em Portugal. O objetivo é claro: proteger os consumidores, reduzir o risco de dependência e modernizar as leis que regem as apostas online e presenciais.

As discussões ganham força após o partido LIVRE apresentar cinco propostas legislativas que pretendem limitar a exposição do público a conteúdos promocionais de jogos de fortuna ou azar. A iniciativa ocorre num momento em que o setor atravessa a primeira desaceleração nas receitas em quase três anos, despertando preocupações sobre o crescimento descontrolado e o impacto social do jogo digital.


📉 Um mercado em abrandamento após anos de crescimento

O mercado português de apostas online registou um crescimento contínuo desde a regulamentação em 2015, com receitas que ultrapassaram os mil milhões de euros em 2024. No entanto, no primeiro trimestre de 2025, os dados do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ) indicaram uma queda de cerca de 12% na receita bruta, em comparação com o trimestre anterior — a primeira descida desde 2021.

Especialistas apontam que o abrandamento reflete tanto a saturação do mercado como as preocupações com o jogo responsável. A pandemia e o aumento das plataformas de apostas móveis intensificaram o hábito de jogar, e agora o foco das autoridades é controlar os excessos publicitários e prevenir a dependência.


⚖️ O que propõem as novas medidas

As propostas enviadas à comissão parlamentar pelo partido LIVRE incluem:

  1. Proibição de publicidade direta e indireta de jogos de aposta online em horários de grande audiência ou em meios dirigidos a menores.
  2. Proibição do uso de influenciadores e figuras públicas em campanhas promocionais de apostas.
  3. Limitação dos patrocínios desportivos por empresas de jogo, impedindo que clubes exibam logótipos de operadoras nas camisolas ou estádios.
  4. Obrigatoriedade de mensagens de alerta sobre riscos de dependência em todos os materiais publicitários.
  5. Restrição à venda de raspadinhas e jogos rápidos em espaços de saúde e instituições sociais.

Estas medidas, segundo os proponentes, pretendem “reduzir a exposição ao estímulo do jogo”, principalmente entre jovens e públicos vulneráveis.


💬 Reações do setor e da sociedade

As propostas dividiram opiniões entre partidos, operadores e associações.

O partido LIVRE, autor das iniciativas, defende que o país precisa de “um novo enquadramento ético” para o jogo. Segundo os deputados, a publicidade agressiva e a presença de casas de apostas em clubes desportivos “normalizam uma prática que deve ser tratada com cautela”.

Por outro lado, a Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO) alertou que restrições excessivas podem favorecer o mercado ilegal. De acordo com o presidente da entidade, “a publicidade é a principal ferramenta que diferencia operadores licenciados dos ilegais. Se os canais legais forem silenciados, os consumidores serão empurrados para sites não autorizados.”

O Partido Socialista (PS) também apresentou uma moção a favor de modernizar o quadro legal, mas sem proibir totalmente a publicidade. Propõe-se, entre outras medidas, a criação de um sistema nacional de autoexclusão e o reforço das campanhas de prevenção da dependência.


Portugal possui duas estruturas jurídicas distintas para o jogo:

  • Jogos presenciais — regulados desde 1989 pela Lei nº 14/89 e pelo Decreto-Lei nº 422/89, alterados em 2021.
  • Jogos online e apostas desportivas — regidos pelo Decreto-Lei nº 66/2015, que criou o regime de licenciamento supervisionado pelo SRIJ.

Atualmente, existem 16 operadores licenciados no país. Apesar do crescimento do jogo legal, estima-se que o mercado ilegal ainda represente mais de 20% das apostas realizadas em Portugal, especialmente em plataformas não licenciadas sediadas no estrangeiro.


🧩 Razões para a intervenção governamental

O Governo justifica as novas propostas com quatro principais motivos:

  1. Proteção do consumidor — Combater o aumento dos casos de dependência e prevenir a exposição de menores.
  2. Combate ao jogo ilegal — O SRIJ bloqueou mais de 150 sites não licenciados em 2024.
  3. Atualização tecnológica — A legislação de 2015 já não cobre as novas formas de publicidade digital e influenciadores.
  4. Equilíbrio social — As apostas, embora legais, devem ser tratadas como uma atividade de risco e não de lazer inofensivo.

📊 Possíveis impactos das mudanças

Se as medidas forem aprovadas, especialistas projetam:

  • Redução da presença de marcas de jogo em televisão, rádio e redes sociais.
  • Diminuição dos patrocínios desportivos, afetando especialmente clubes de futebol de média dimensão.
  • Aumento dos custos de compliance para operadores licenciados.
  • Maior pressão sobre o mercado ilegal, caso a visibilidade dos operadores legais diminua.
  • Benefícios sociais de longo prazo, com mais informação sobre riscos e mecanismos de autoexclusão.

Segundo o economista Pedro Silva, especialista em regulação do jogo, “a chave estará em encontrar o ponto de equilíbrio: regular sem sufocar o setor legal. Portugal pode seguir o modelo da Espanha, que conseguiu reduzir publicidade agressiva sem prejudicar as receitas públicas.”


🧠 Dependência e jogo responsável

Estudos da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental indicam que cerca de 2,3% da população adulta portuguesa apresenta sinais de jogo problemático. Embora esse número pareça pequeno, representa mais de 200 mil pessoas em risco de dependência.

O Governo quer reforçar as campanhas de sensibilização, integrando-as em escolas, plataformas digitais e centros de saúde. Além disso, prevê-se a criação de uma linha nacional de apoio ao jogador, operada pelo Instituto de Apoio ao Jogo Responsável, com atendimento gratuito e confidencial.


🔮 O que esperar nos próximos meses

As comissões parlamentares discutirão as propostas do LIVRE e eventuais alterações até o final de 2025. Caso haja consenso, o novo quadro legal poderá entrar em vigor no início de 2026.

O setor de apostas, que representa mais de 400 milhões de euros anuais em receitas fiscais, deverá continuar a ser uma importante fonte de rendimento para o Estado. Contudo, as novas regras deverão redefinir o modo como as empresas comunicam, operam e interagem com os jogadores portugueses.


🗣️ Conclusão

A discussão sobre o jogo em Portugal reflete um desafio global: como conciliar liberdade económica, inovação e responsabilidade social. As propostas do LIVRE e o debate no Parlamento poderão marcar um ponto de viragem na forma como o país encara as apostas e o entretenimento digital.

Independentemente do resultado, o consenso é claro — o futuro do jogo em Portugal passará por mais transparência, mais responsabilidade e uma regulação adaptada aos novos tempos.

Portugal – BuzzDaily

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