- 🎲 Um passado de glamour e proibição
- 💼 O retorno dos cassinos: uma visão moderna
- 💰 Um mercado bilionário à vista
- 🏨 Turismo e geração de empregos
- ⚖️ Desafios éticos e resistência política
- 🧠 Controle e responsabilidade social
- 🌍 Olhar internacional: o que o Brasil pode aprender
- 🔮 Conclusão: a roleta está girando novamente
O Brasil está à beira de uma decisão histórica. Depois de quase 80 anos de proibição, o país pode voltar a permitir a operação de cassinos, agora em um formato moderno, integrado e altamente regulado.
A discussão, que há décadas divide o Congresso, voltou com força em 2025, impulsionada pelo Projeto de Lei nº 2.234/2022, já aprovado pela Câmara e pronto para votação no Senado. A proposta visa criar resorts integrados — complexos turísticos que reúnem hotéis, cassinos, centros de convenções e entretenimento.
Mais do que uma questão moral ou política, a legalização dos cassinos representa uma oportunidade econômica de proporções gigantescas para o país.
🎲 Um passado de glamour e proibição
Os cassinos fizeram parte da cultura e do turismo brasileiro por décadas. Entre os anos 1930 e 1940, casas luxuosas como o Cassino da Urca, o Cassino Quitandinha e o Copacabana Palace eram símbolos de sofisticação, atraindo artistas nacionais e estrangeiros.
A roleta girava sob o som do samba e do jazz, e o jogo se misturava à alta sociedade.
Mas em 30 de abril de 1946, o então presidente Eurico Gaspar Dutra, influenciado por líderes religiosos, assinou o decreto que proibiu todas as formas de jogo. A justificativa: preservar os “bons costumes”.
O resultado foi devastador. Milhares de empregos foram perdidos, o turismo de luxo entrou em declínio e uma importante fonte de receita desapareceu.
💼 O retorno dos cassinos: uma visão moderna
Quase oito décadas depois, o cenário é outro. Países vizinhos como Uruguai, Argentina e Chile exploram seus cassinos de forma rentável e transparente. No Brasil, o tema voltou à pauta com força, apoiado por empresários, políticos e investidores internacionais.
O Projeto de Lei 2.234/2022, de autoria do deputado Renato Vianna (MDB/SC) e relatado pelo senador Irajá (PSD/TO), prevê a criação de cassinos em resorts integrados — instalações que combinam turismo, entretenimento e hotelaria de alto padrão.
A proposta também estabelece:
- Licenciamento limitado a um cassino por estado, com exceções em regiões turísticas;
- Fiscalização do Ministério da Fazenda e do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras);
- Transações 100% digitais e rastreáveis;
- Identificação de jogadores por CPF e limite de apostas;
- Contribuições obrigatórias para programas sociais e de combate ao vício.
💰 Um mercado bilionário à vista
Segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Instituto Brasileiro de Jogos Legais (IJL), a legalização dos cassinos poderia gerar R$ 70 bilhões por ano em movimentação econômica e R$ 20 bilhões em impostos.
O setor também tem potencial para criar mais de 200 mil empregos diretos e indiretos, movimentando áreas como turismo, construção civil, hotelaria, gastronomia e eventos.
Cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Foz do Iguaçu estão entre as mais cotadas para receber resorts integrados, devido à infraestrutura e ao potencial turístico.
“Os cassinos podem transformar o turismo brasileiro, assim como fizeram em Las Vegas e Macau”, afirma Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).
🏨 Turismo e geração de empregos
A reabertura dos cassinos é vista como um catalisador para o turismo e o emprego. Um estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima que cada resort de cassino pode gerar 5.000 empregos diretos e até 20.000 indiretos.
Além disso, a criação desses empreendimentos estimula investimentos estrangeiros e revitaliza regiões turísticas que hoje enfrentam queda de visitantes.
Exemplo disso é o plano de transformar Foz do Iguaçu em um destino internacional de cassinos, aproveitando sua posição estratégica entre Brasil, Paraguai e Argentina.
⚖️ Desafios éticos e resistência política
Apesar do otimismo econômico, o projeto enfrenta forte oposição. Bancadas religiosas e conservadoras argumentam que a legalização pode incentivar o vício, endividamento e corrupção.
O senador Magno Malta (PL-ES), um dos principais críticos, afirma que “o cassino destrói famílias e corrompe a sociedade”.
Por outro lado, especialistas defendem que a regulamentação é justamente a forma de reduzir riscos. Países como Espanha e Reino Unido são exemplos de como o controle estatal e a tecnologia garantem transparência, rastreabilidade e segurança.
O advogado Victor Labate, especialista em compliance, explica:
“O jogo ilegal já existe e movimenta bilhões. A regulamentação não cria o problema — ela o organiza, tributa e protege o cidadão.”
🧠 Controle e responsabilidade social
Um dos pontos centrais do projeto é o compromisso com o jogo responsável. As operadoras deverão investir em campanhas educativas e disponibilizar ferramentas de autoexclusão e limite de gastos.
O governo também planeja criar o Fundo Nacional de Responsabilidade no Jogo, destinado a financiar pesquisas, prevenção e tratamento de vícios.
A psicóloga Marina Duarte, pesquisadora da USP, defende a abordagem:
“O vício não é consequência do cassino, e sim da falta de políticas públicas e educação financeira. Um sistema regulado é mais seguro do que o clandestino.”
🌍 Olhar internacional: o que o Brasil pode aprender
No mundo, mais de 140 países já legalizaram os cassinos. O sucesso de destinos como Las Vegas (EUA) e Macau (China) mostra o potencial de integração entre entretenimento e turismo de alto nível.
Mesmo na América Latina, países como Chile e Uruguai mostram como a atividade pode ser explorada de forma ética e lucrativa.
O Brasil, com sua diversidade cultural e belezas naturais, tem o diferencial de poder unir turismo ecológico, cultural e de entretenimento — um modelo único no continente.
🔮 Conclusão: a roleta está girando novamente
O debate sobre a legalização dos cassinos no Brasil vai muito além das apostas. Trata-se de uma discussão sobre desenvolvimento econômico, turismo e modernização.
Se aprovado, o projeto poderá marcar o início de uma nova era — uma era em que o país transforma um passado de proibição em um futuro de oportunidades e prosperidade.
A roleta da história está girando novamente. E, desta vez, o prêmio pode ser o crescimento sustentável de um setor capaz de unir luxo, entretenimento e responsabilidade.
